EXTINÇÕES

Última Atualização 30/ 06/ 2000

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Os cristais podem destruir energia. Não é ficção. Isto pode ser observado durante um experimento de difração. Note que energia pode destruir energia. Para tanto basta adicionar dois raios de luz paralelos com o mesmo comprimento de onda mas com uma diferença de fase de p radianos, isto é denominado de interferência destrutiva. A difração de raios-x é causada pela interação da radiação com elétrons ao redor de átomos simetricamente distribuídos em cristais. Se a distribuição atômica no cristal for de baixa simetria, então não haverá possibilidade de destruição de energia ou não haverá observação de extinção de radiação durante a difração. Por outro lado, se o material cristalino estiver distribuído dentro dos limites de espaço definidos pela amostra sob observação com arranjo tal que uma operação de simetria cíclica de rotação de um ponto seguida de uma translação determine um novo ponto equivalente ao anterior, então alguns específicos raios difratados serão destruídos. Esta destruição foi explicada acima como interferência destrutiva. Como os materiais em tais cristais são distribuídos simetricamente, as extinções resultantes estarão também distribuídas simetricamente. Diversos elementos de simetria executam a mencionada espécie de operação, eles são denominados eixos de trans-rotação. Eles podem ser de quatro ângulos de rotação diferentes, a saber, de p, 2p/3, p/2, e p/3 radianos, com seus deslocamentos característicos. A tabela a seguir mostra os símbolos para cada eixo de trans-rotação e o seu deslocamento respectivo ao longo da aresta a da cela unitária, (com dimensão=a) caso o eixo estiver paralelo a ela.
 

rotação (radianos) p 2p/3 2p/3 p/2 p/2 p/2 p/3 p/3 p/3 p/3 p/3
símbolo 21 31 32 41 42 43 61 62 63 64 65
deslocamento a/2 a/3 2a/3 a/4 a/2 3a/4 a/6 a/3 a/2 2a/3 5a/6

De forma diversa, se o eixo de trans-rotação estiver paralelo à aresta b, então o deslocamento será uma fração do parâmetro b e se for paralelo a c, o deslocamento será uma fração de c.

Outro conjunto de elementos de simetria que causa extinção de radiação é o dos planos de trans-reflexão. Eles combinam reflexão especular e translação. Há cinco espécies diferentes de planos de trans-reflexão: a, b, c, n e d. O plano de transreflexão tipo a, paralelo à aresta b da cela unitária, refletirá e deslocará cada ponto a uma distância de a/2 ao longo da direção da aresta a. De modo semelhante, os planos de trans-reflexão tipo b e tipo c executarão um deslocamento de b/2 e c/2, respectivamente, combinado com a reflexão. A seguir, o plano de trans-reflexão tipo n perpendicular a a combinará a relflexão com uma translação de a/2+b/2. Um plano de trans-reflexão tipo d refletirá e deslocará a/4+b/4. O cristal pode exibir outros elementos de simetria, tais como os simples eixos de rotação e simples plano reflexão, inclusive o centro de simetria mas estes operadores não causam extinção. Finalmente, as extinções podem resultar da interação da radiação com retículos não-primitivos tipo A, B, C que contém 2 pontos reticulares assim como o retículo de corpo centrado I e o retículo de face-centrada F com 4 pontos reticulares. Não se observará extinção se um monocristal do mineral hilgardita, estronciana, (Ca,Sr)2B5O8(OH)2Cl que pertence ao grupo espacial de baixa simetria P1 do sistema cristalino triclínico for adequadamente irradiado com raios-x durante um experimento de difração. Na figura apresentam-se inicialmente os gráficos de não-extinção, nos três planos perpendiculares de ordem zero hk0, h0L e 0kL e os três correspondentes planos de ordem 1, a saber: hk1, h1L e 1kL. Os gráficos são projeções sobre redes quadradas, só para observar as extinções, eles não mostram outros parâmetros. Ao clicar o botão do mouse quando o cursor estiver sobre um elemento de simetria indicado nos retângulos, serão mostradas as extinções como brancos e os raios difratados como pontos negros. O botão "clean extinctions" (ou seja: limpar extinções) limpa o sistema e mostra o caso primitivo sem extinções. O reflexo de ordem zero estará sempre ausente da figura, representando a sua difícil observação experimental.

Bibliografia:

M.J. Buerger, X-ray Crystallography, John Willey & Sons, Inc, New York, 1966, p.83.

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Tabela de temas.
Apresentação
Química Analítica Análise orgânica elementar
Análise volumétrica, simulação
Cromatografia
Embargo e antibióticos em mel, artigo formal
Cristalografia Ausência do eixo pentagonal em cristalografia 
Cela unitária em retículo hexagonal
Cinco classes do sistema cúbico
Cinco classes do sistema romboédrico
Conversor de coordenadas esféricas em projeção estereográfica
Cristais geminados
Determinação de cela unitária
Do tetraedro ao prisma
Duas classes do sistema triclínico
Eixo binário e plano de simetria em projeção estereográfica
Eixo de rotoinversão de ordem 4 no tetraedro
Eixo de transrotação ternário
Eixos de rotação no octaedro e em compostos de Werner
Eixos de rotação no tetraedro e em moléculas orgânicas
Eixos de simetria impróprios
Elementos de simetria em ação - animação
Elementos de simetria em ação - jogo do cubo
Elementos de simetria em ação - jogo do dodecaedro
Elementos de simetria em ação - jogo do icosaedro
Elementos de simetria em ação - jogo do octaedro
Elementos de simetria em ação - jogo do tetraedro
Equações da reta e elementos de simetria
Esfera de Ewald e medidas cristalográficas
Extinções
Grupos bidimensionais de simetria
Índices de Miller
Jogo dos elementos de simetria e índices de Miller
Jogo dos elementos de simetria e índices de Miller do octaedro
Jogo dos índices de Miller - animação
Jogo dos índices de Miller - cubo
Jogo dos índices de Miller - dodecaedro rômbico
Jogo dos índices de Miller - octaedro
Jogo dos índices de Miller - tetraedro
Jogo dos planos de simetria e índices de Miller do tetraedro
Modelos dos eixos 31 e 32 suportados por lápis
Orientações do cubo
p2mm
Pergunta sobre grupo pontual
Plano de reflexão
Projeção esférica do octaedro
Projeção estereográfica
Projeção estereográfica de seis poliedros em diferentes orientações
Projeção gnomônica
Retículo cristalino e cela unitária
Retículos de Bravais
Rotação da projeção estereográfica e paralela do cubo III
Rotação da projeção paralela e estereográfica do cubo
Rotação de objetos ao redor de um eixo arbitrário
Seções cônicas sob operadores de simetria
Seis elementos de simetria em sete orientações
Sete classes do sistema hexagonal
Sete classes do sistema tetragonal
Sete faces em projeção estereográfica
Simetria, eixo de ordem 2
Simetria, eixo de ordem 2, 3 e 6 no benzeno
Simetria, eixo de ordem 3 no cubo
Simetria, eixo de ordem 4 na cela unitária de ouro
Simetria, eixo de ordem 4 no cubo
Simetria na arte e na cristalografia
Três classes do sistema monoclínico
Três classes do sistema ortorômbico
Geral Célula eletroquímica
Conformações do butano
Conformações do etano
Densidade
Ouro sólido e líquido
Oxidação e redução
Recursos de educação química informatizada: água, saúde e simetria
Tabela periódica
Teste de química geral com enfoque em química ambiental